quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Paso del Agua Negra (1º dia)

Como planejado, nos reunimos na casa do Robson as 4:30 da manhã para a saída as 05:00.
Creio, que como para todo viajante iniciante, nessa noite ninguém dorme, a adrenalina/ansiedade é tanta que não se vê a hora de “embarcar” nas motos.

Bagagens arrumadas, motos abastecidas, correntes lubrificadas, oração pedindo bênçãos, despedida da família, saímos com uns 15 minutos de atraso (normal em Jaborá) e nos direcionamos para a SC-463, que corta a cidade, com destino a BR-153, que nos levaria para o Rio Grande do Sul, de onde seguiríamos ao Oeste para São Borja, fronteira escolhida para a saída do país.

Todo esse trajeto já nos era conhecido, de alguns encontros de moto e/ou de outras viagens menores, com destinos naquela região. Rodamos direto, parando em Passo Fundo para o primeiro abastecimento e café da manhã, seguindo com destino a fronteira, entre meio as imensas plantações existentes no oeste Riograndense.

Paramos para almoçar já perto do meio-dia, o calor estava grande, e quanto mais seguíamos para a Argentina, mais esquentava.

Chegamos em São Borja perto da uma da tarde, onde fizemos câmbio, nossos permisos e as Carteiras Internacionais de Saúde, que não sei quem nos falou que o Chile solicitava. Enfim, “tudo o que é bunda não prejudica”, dizia um velho amigo nosso.

Entramos na Argentina ou mais eufóricos, tirando fotos (claro) dos limites de países, para poder mostrar (provar) que estivemos lá mesmo.

Saindo da fronteira, seguimos com direção sul, sob um calor estonteante, que nos fazia suar até andando nas motocicletas.

Essa região já começa a divergir um pouco do Brasil, onde temos as grandes retas, com pastagens dos dois lados da pista, parece que as vezes “não se vê o fim” olhando-se para os lados.

Chegamos na pequena cidade de La Cruz, procurando pelo hotel El Jesuita, que havíamos encontrado na internet. A princípio nos assustamos com o que vimos, mas entrando, encontramos um lugar confortável, limpo e com um pessoal muito educado, e mais, com Quilmes gelada, de verdade.

Tomamos nosso banho e saímos “faceiros”, alguém pensou em fazer um churrasco, e de relance, outro falou para sairmos sem os cascos (capacetes), dito e feito, fomos até o rio que faz a divisa com o Brasil, e nos informamos sobre algum açougue, no retorno: o Robson resolve entrar numa contra-mão, não tinha visto placa alguma e... imediatamente parados pela polícia municipal local, que começa a nos solicitar documentos pessoas e da moto, aí eis que o Oscar deixa tudo no hotel (quase nem ficou assustado o cara, hehehe). Conversa vai, conversa vem, estamos sendo liberados depois de pedir mil desculpas e dizer que não tínhamos visto, etc., chega a polícia de verdade (creio que como a Polícia Militar brasileira). Demos um sorriso, que imediatamente foi respondido com um: - Qual é o problema? Seguido de: Aonde estão os capacetes? Tentamos argumentar que todos estavam sem e eles dizem: Aqui brasileiro tem que usar, se usa lá, tem que usar aqui. Mais uma hora de conversa e nos liberam com mais pedido de desculpas, saímos com vontade de sumir da cidade, mas no fim encontramos o dito açougue o compramos uma carne para fazer a janta, é claro regada de muita cerveja. Batemos papo, analisamos os mapas e lá pelas 22 horas nos encaminhamos para a cama, meio frustrados, meio cansados, meio decepcionados, mas... realizados pelo primeiro dia da viagem, que até agora, pelo menos na estrada, estava perfeita.

Resumo:
Distância percorrida: 676 Km.

Vejam fotos deste dia:
Agua Negra (1 Dia)


Grande abraço e até o 2º dia...

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